Por Paulo Lannes

 

Com o título original “Bedevil”, o filme de terror produzido, dirigido e roteirizado pelos irmãos Abel e Burlee Vang decepciona. O mote chama atenção: um aplicativo de celular amaldiçoando um adolescente atrás do outro. Mas no fim, o que a película entrega é uma história rasa, um elenco sem qualquer química e sustos risíveis.

Os criadores da obra cinematográfica parecem ter se valido dos algoritmos utilizados pela Netflix para elaborar um filme com “sucesso garantido”. O gênero está em alta, o tema é bastante atual (tecnologia como algo nocivo e destruidor), o elenco é minimamente diversificado (além da loira e do playboy com estilo surfistinha, há um personagem negro e um asiático).

 

 

Com claros problemas na execução do material, o resultado do filme ficou óbvio demais. Os diálogos são rasos, o roteiro tem buracos gritantes (se esquivando das dúvidas provocadas ao longo da narrativa), a atuação está completamente artificial, como se nem o elenco em cena estivesse acreditando em seus personagens.

Os criadores de “Medo Viral” ainda deixaram exposta a falta de recursos da produção: ao invés de utilizar a criatividade para criar cenas memoráveis, eles apostaram nos cortes dessas mesmas cenas, tornando o filme limpo e hermético demais para a proposta oferecida. Não à toa, a classificação indicativa deste filme ficou bem baixa para o padrão do gênero, sendo liberado para pessoas a partir de 12 anos.

 

 

Outro aspecto que incomoda é a certa inspiração vinda de outros clássicos do terror, com elementos esporádicos que não acrescentam em nada na narrativa, como que fossem utilizados pelos diretores com o único intuito de provarem que eles assistiram às obras. Estão lá o balão vermelho do “It: A Coisa”, as cenas de perseguição dentro de casa do “Pânico”, os braços e as pernas contorcidas de “O Exorcista” e “O Chamado”.

Mas o ponto central de “Medo Viral” é justamente a questão do medo, elemento do qual o “demônio” se alimenta para atacar as pessoas, em uma clara alusão ao clássico “Hora do Pesadelo”. E novamente falha, escapando deste tema – que permitia ótimos desdobramentos, diga-se de passagem – e apostando no debate acerca da tecnologia, que já está se tornando batido, ao menos da forma como foi colocado nesta obra. Não vale a pena.

 

Pôster:

 

 

 

 

 

 

 

 

Ficha Técnica

 

Ano: 2018

Duração: 98 min

Gênero: terror

Direção: Abel e Burlee Vang

Elenco: Saxon Sharbino, Mitchell Edwards, Carson Boatman, Victory Van Tuyl, Brandon Soo Hoo, Jordan Essoe

 

Trailer:

 

 

Imagens:

Avaliação do Filme

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