Por Murillo Trevisan

 

“Depois da primeira onda, só restou a escuridão. Depois da segunda onda, somente os que tiveram sorte sobreviveram. Depois da terceira onda, somente os que não tiveram sorte sobreviveram. Depois da quarta onda, só há uma regra: não confie em ninguém. Agora inicia-se A QUINTA ONDA”.

Com o fim da saga de Katniss e os “Jogos Vorazes” nos cinemas, uma vaga se abriu para que uma nova franquia, adaptada de best sellers “Young Adults” (Jovens Adultos), pudesse tomar espaço e “A 5ª Onda”, baseado no livro de Rick Yancey, teria potencial para preenche-lo se não fosse por tentar ser igual seus antecessores.

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Na trama, acompanhamos a jornada ao lado de Cassie Sullivan, vivida pela sempre excelente Chlöe Grace Moretz, uma jovem de 16 anos que tem sua vida mudada bruscamente com a invasão alienígena. No 1º ato do filme, através do uso de flashbacks e ótimos recursos visuais, somos apresentados às 3 primeiras ondas: Primeiramente, um pulso eletromagnético destrói todo tipo de tecnologia, desligando carros, energia e equipamentos eletrônicos. Depois, vem os maremotos devastando grande parte do planeta, e na terceira onda um vírus mortal é espalhado, deixando apenas alguns seres em especial permanecendo vivos.

Cassie agora está sozinha e deve ir atrás de seu irmão Sam (Zackary Arthur), levado pelo exército para a base militar, que os prometeu proteção contra “Os Outros”. No caminho ela encontra o principal problema do filme, o apático Evan Walker (Alex Roe) e durante praticamente todo o 2º ato temos que lidar com um romancezinho que não passam de flertes baratos entre os dois. Além de tudo, o garoto esconde um segredo, que posteriormente é revelado com um discurso piegas sobre “não saber o que era amar”.

Enquanto isso, na base militar, as crianças descobrem que não estão lá para serem protegidas e sim serem treinadas para combater os alienígenas. Interpretado pelo ótimo Liev Schreiber (“Spotlight: Segredos Revelados”), Coronel Vosch é o responsável pelo recrutamento desse exército mirim. Bem Parish (Nick Robinson), também conhecido como “Zumbi”, é uma antiga paixão de colégio de Cassie e, agora motivado por vingança pela perda de sua família, lidera sua equipe. Nela está o grande destaque do filme, a rebelde “Ringer”, vivida de forma excepcional pela jovem atriz Maika Monroe (“Corrente do Mal”).

 

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Disfarçados de terráqueos, na quarta onda “Os Outros” entram em combate com os humanos. Se não fosse pela infantilização de ter que colocar crianças em guerra contra alienígenas, essas batalhas poderiam ter sido um pouco menos vergonhosas. O grande plot twist do filme está na revelação dos verdadeiros motivos do exército em recrutar esses jovens e qual seria essa 5ª onda que está por vir. É uma virada interessante, que questiona de maneira leve os motivos pelo qual a raça humana vem guerreando há tanto tempo entre si, ao passo que quando há uma invasão de fora se sentem injustiçados. Tenho certeza que o livro deve abordar de uma maneira mais profunda o assunto.

Um filme distópico, com invasão alienígena e romance poderia agradar a ambos os gêneros, mas falha ao tentar ser um novo “Crepúsculo” implantando um triângulo amoroso numa relação totalmente insossa. “A 5ª Onda” tem um gancho para sua continuação, e além dessa deve ganhar mais duas (já que é baseado numa trilogia, e Hollywood tem o costume de dividir a última parte em dois). Basta saber se a história vai dar uma sacudida e acordar do marasmo, ou se vai ceder de vez e desperdiçar a oportunidade da adaptação de um bom livro.

Ficha técnica: 

 

Ano: 2016

Duração: 112 min

Nacionalidade: EUA

Gênero: ação, aventura, ficção científica

Elenco: Chloë Grace Moretz, Nick Robinson, Liev Schreiber, Maika Monroe

Diretor: J. Blakeson

 

 

 

Trailer:

 

Imagens:

 

 

Avaliação do Filme

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