Por Luciana Ramos

O lançamento de “Guardiões da Galáxia” configurou um risco para a Marvel, já que acarretou em um alto investimento para um filme com personagens pouco conhecidos dos quadrinhos. Unindo irreverência à cenas de ação bem executadas, um grupo de mercenários que sozinhos não teriam tanta relevância subitamente ganharam a admiração do público.

Diante do sucesso da história da origem, a continuação ganhou altas expectativas. Sabendo disso, James Gunn, responsável pelo roteiro e direção, preocupou-se em inserir todos os elementos do primeiro longa – visual colorido, apelo musical e humor – na construção de uma história mais focada nos seus personagens.

 

O elo comum dos dilemas vivenciados pela equipe é o significado de família para cada um deles. Nesse sentido, a trama gira em torno do relacionamento de Peter Quill (Chris Pratt) com seu recém-descoberto pai, Ego (Kurt Russell). Confuso pela aproximação súbita, ele tenta aproveitar o laço fraternal ao mesmo tempo que investiga mais a fundo seu passado.

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Aprofundando-se na questão, a trama explora as implicações desse conceito em outros sentidos, seja no confronto entre Gamora (Zoe Saldana) e Nebulosa (Karen Gillan), no breve porém comovente retrato da dor de Drax (Dave Bautista) ou na preocupação de todos os envolvidos com a segurança de Baby Groot (voz de Vin Diesel). Todas as ações são costuradas em uma teia de pertencimento a um grupo indissolúvel, seja pela família de origem ou a que escolheu para dividir a vida.

 

O roteiro é bem construído, unindo elos do começo ao final com motivações bem explanadas. Por vezes, entrega-se ao sentimentalismo inerente ao tema, pontuado com trilha incidental, mas logo reergue-se pelo uso do humor, que oscila entre o irônico e o escrachado.

Este deve-se principalmente ao personagem Drax, que abandona sua faceta durona para servir como alívio cômico – recurso já utilizado no longa anterior, mas agora bastante aprofundado. Gags visuais auxiliam a tornar as cenas de ação mais divertidas, sendo este o elemento essencial da narrativa.

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A estética segue a linha do filme anterior, abusando das cores e referências aos anos oitenta. Destaca-se o trabalho de design de produção, que abusa dos elementos geométricos na confecção dos ambientes, sendo um exemplo o formato oval da nave de Ego.

 

As imagens são quase totalmente complementadas pelo uso das músicas, antigas, porém cool. O uso é de tal forma carregado que chega a lembrar American Graffiti, de George Lucas, pelo seu caráter essencialmente musical. Porém, estas estão claramente a serviço da ação dramática e, por isso, não se tornam cansativas.

De fato, as duas horas e vinte de projeção passam rápido dado o alto nível de entretenimento que oferecem. Revisitar personagens engraçados e amáveis é uma tarefa prazerosa frente a entrega da promessa que um lançamento da Marvel contém: unir boas doses de ação com humor de qualidade, além de despertar a curiosidade dos caminhos tomados pelo MCU (Universo Compartilhado da Marvel) nas produções futuras.

Como se não bastasse, há a participação do ótimo Kurt Russell para complementar um elenco já bastante afinado. Todos os elementos citados são intercalados com ótimas passagens de um Groot bebê que ainda não possui uma compreensão do mundo ao seu redor e, por conta disso, requer maiores cuidados. Em suma, uma ótima opção para assistir no cinema…mais de uma vez.

 

 

Ficha técnica guardioes 2 poster


Ano:
 2017

Duração: 137 min

Nacionalidade: EUA

Gênero: ação, aventura, ficção científica

Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Kurt Russell, Vin Diesel, Bradley Cooper

Diretor: James Gunn

 

Trailer:

 

 

 

 

 

Imagens:

Avaliação do Filme

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