Todo ano, o San Diego State University’s Center for the Study of Women in Television and Film produz um relatório referente à participação de mulheres em empregos técnicos na indústria do entretenimento, chamado Celluloid Ceiling. Este ano foram analisados os 250 filmes com maior expressividade na bilheteria americana. Ao total, foram observadas 3.011 ocupações na cadeia produtiva dessas obras, sendo consideradas as categorias técnicas de produção, produção executiva, roteiro, edição, e direção de fotografia como o escopo do estudo. Nele, constatou-se que:
- As mulheres ocuparam apenas 18% dos empregos nessas ocupações
- Dos 109 diretores atrelados a esses projetos, 92,7% eram homens e 7,3% eram mulheres
- Apenas 1% dos filmes estudados tiveram 10 ou mais mulheres empregadas em categorias técnicas. Em contraponto, 70% dos filmes da lista tiveram 10 ou mais homens executando os mesmos papéis
- 30% dos projetos analisados tiveram 0 ou apenas 1 mulher atrás das câmeras
Ademais, o estudo aponta que produções encabeçadas por mulheres, em especial quando uma delas ocupa a posição de diretora, expande a oportunidade de emprego às demais profissionais da área. Por exemplo, há um aumento do número de roteiristas de 8% (em longas dirigidos por homens) para 68%, em média.
Contudo, Martha M Launzen, coordenadora da pesquisa, atentou que pouca coisa mudou nos últimos vinte anos, visto que houve um equilíbrio entre o aumento de diretoras e produtoras e a diminuição de editoras e roteiristas (a expressividade de diretoras de fotografia na indústria permaneceu no mesmo patamar). O resultado, segundo ela comentou no Indiewire, aponta uma “cultura tóxica” que negligencia as mulheres e, acima de tudo, permite que escândalos de assédio sexual aconteçam. Ela ainda aponta que filmes refletem a visão daqueles que o criam e, por isso, ter mais mulheres em posições-chave seria essencial para mudar o paradigma de Hollywood.
Fontes: Variety, Indiewire, Celluloid Ceiling