Em “Ad Astra – Rumo às Estrelas”, Brad Pitt interpreta um cientista que é mandado em uma missão por Netuno para investigar a fatídica missão em que seu pai estava envolvido – e sua participação nos acontecimentos. O sétimo filme do diretor James Gray é uma viagem tanto ao Espaço quanto ao interior do seu personagem.

Conheça cinco curiosidades sobre o filme:

1 – A Origem da ideia

Ao promover seu novo filme, o diretor explicou que sua motivação partiu da intenção de fazer uma obra sobre o Espaço que não caísse no misticismo, o que chamou de “tratamento dos deuses” – que pode englobar tanto robôs quanto aliens ou até mesmo monolitos. Sua ideia era analisar, mais do que possibilidades de um futuro exploratório em outros planetas, as motivações para esta empreitada; ou seja, um mergulho na essência humana. Para isso, usou as ponderações que Kurt Vonnegut fez em “As Sereias de Titãs” (1957) sobre a conexão entre exploração espacial e a solidão como inspiração.

2 – Jornada do Herói

Quando definiu seu tema, Gray, que escreveu o roteiro com Ethan Gross, teve que definir a estrutura narrativa e optou pela jornada do herói. Isso o levou a estudar a fundo Joseph Campbell e usar o passo a passo elencado pelo autor para construir uma aventura típica, com seus percalços e superações, para então desconstruí-la no meio do filme, caminhando para um tom muito mais subjetivo. Isso também explica a escalação de Brad Pitt para o papel: segundo o diretor, Pitt representa uma figura americana clássica – um galã, um homem de sucesso, uma pessoa que fez a própria fortuna – e fragmentá-la, expondo sua vulnerabilidade, era o que o tornava tão interessante para o papel.

3 – Música no set

Equipe de pesquisa de “Ad Astra – Rumo às Estrelas”

Seguindo os ensinamentos de Stanislavski, James costuma usar música nos seus sets de filmagem como forma de preparação para os atores. Segundo ele, as melodias podem expressar os sentimentos requeridos para as cenas muito mais do que suas palavras. Segundo ele, no caso de “Ad Astra – Rumo às Estrelas”, o minimalismo dos sets tornava este truque ainda mais imprescindível.

4 – A versão mais plausível do Espaço

Imagem captada por paparazzi mostra engrenagem de Pitt

Quando estava promovendo “Z: A Cidade Perdida” e era perguntado sobre seu próximo projeto, Gray costumava dizer que planejava fazer a “versão mais realista de uma viagem espacial já feita no cinema”. As dificuldades de acuracidade, unidas à necessidade de exercer certa liberdade narrativa, o levou a corrigir a frase: ele agora caracteriza seu novo filme como a versão “mais plausível do Espaço”. A busca por realismo o levou a rechaçar o chroma key. Para dar perspectiva, construiu sets verticais e horizontais, que alternava nas filmagens (com Brad Pitt atuando pendurado por cabos); já as passagens na Lua foram filmadas no deserto americano. Mesmo assim, teve que investir pesado em pós-produção para conceder a atmosfera espacial do filme: somente 12% das cenas filmadas não possuem efeitos especiais.

5 – Um Oscar para Brad Pitt

Elogiado por uma atuação mais contida do que o usual, Brad Pitt vêm sendo aclamado pela entrega por sua performance como Roy McBride, em especial por conseguir transmitir as emoções pelo olhar – este semicerrado pelo capacete. Mesmo sob críticas positivas, o caráter intimista e subjetivo de “Ad Astra – Rumo às Estrelas” não o alavancou para o burburinho das premiações. Porém, no intricado mundo das narrativas de Oscar, a aclamação de Pitt por este papel ajuda na sua campanha por Melhor Ator Coadjuvante pela sua atuação como Cliff Booth em “Era Uma Vez em…Hollywood”. Até agora, entre os especialistas no assunto, o seu é o nome mais citado para ganhar a estatueta de ouro – até o momento, já que muitos outros filmes “de prestígio” estão programados para estrear até o final do ano. A competição é sempre dura, mas Pitt possui boas chances neste ano.

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