A 70ª edição do Festival de Cannes começou com uma leve polêmica por conta do acolhimento de filmes do Netflix e Amazon, que suscitou questionamentos por alguns, como o presidente do Júri Pedro Almodóvar.
O conflito de opiniões, no entanto, foi posto à parte para a degustação de uma refinada seleção de filmes das mais diversas nacionalidades. Alguns, como “Happy End”, de Michael Haneke, foram recebidos com grande entusiasmo. Outros, como “The Killing of a Sacred Deer”, de Yorgos Lanthimos e “You Were Never Really Here”, de Lynne Ramsay, foram amplamente criticados – mas ambos foram agraciados com prêmios.
O tom crítico e um tanto pessimista em relação ao mundo foi coroado com a entrega da Palma de Ouro à “The Square”, do sueco Ruben Östlund. Este tece uma critica à burguesia ocidental, em especial do mundo da arte, por meio da história de um diretor de museu.
Sofia Coppola ganhou o prêmio de direção por “Um Estranho Entre Nós” e os atores Joaquin Phoenix e Diane Kruger receberam os prêmios de atuação por respectivamente “You Were Never Really Here” e “In The Fade” . O premio do Júri foi para o russo “Loveless” e “The Killing of a Sacred Deer” foi considerado o melhor roteiro.
Um prêmio especial foi entregue à atriz Nicole Kidman, que participou da 70ª edição do Festival com cinco filmes e uma série – “Top of the Lake: China Girl”, de Jane Campion, exibida em sessões especiais.
Já o filme brasileiro “Gabriel e a Montanha”, dirigido por Fellipe Gamarano, foi consagrado previamente na Semana da Critica, mostra paralela do Festival, comandada neste ano pelo cineasta brasileiro Kléber Mendonça Filho. O longa ganhou na categoria Visionário, que agracia novos autores, além do prêmio Fondation Gan, voltado para ajuda na distribuição da obra em questão no território francês.