Morreu aos 89 anos o diretor Milos Forman, reconhecido como um dos mais brilhantes de sua geração. De origem tcheca, Forman refugiou-se nos Estados Unidos no final dos anos 60, quando seu país foi ocupado pela União Soviética.
Conhecido pelo tom satírico e desafiador, os seus filmes traduziram o sentimento anti-establihsment, em especial nos anos 70, com a produção de dois clássicos: a adaptação cinematográfica de “Hair”, filme-protesto à Guerra do Vietnã, e “Um Estranho no Ninho”, que o concedeu o primeiro Oscar.
O espírito contestador notou-se em suas produções posteriores, tanto no retrato de um Mozart que não possui o esperado respeito pela realeza no excelente “Amadeus” (que o conferiu o segundo Oscar) quanto na cinebiografia do polêmico Larry Flint, que clamava pela liberdade de expressão a todo custo – algo, para ele, estritamente separado do bom gosto.
Dotado de extremo talento, Forman soube explorar o melhor dos seus atores e construir atmosferas catárticas, que emocionaram o público ao longo de décadas. Além disso, trabalhou exaustivamente pela arte cinematográfica longe das câmeras, sendo um dos responsáveis pelo estabelecimento do prestigioso festival Karlovy-Vary, sediado no seu país natal.