Em contraponto a premiações como Globo de Ouro e Emmy, que optaram pela grandiosidade para esconder as limitações de mobilidade impostas por causa da pandemia do Coronavírus, a Associação de Atores Americanos (dividida em duas costas) optou pela transmissão de uma cerimônia mais simples, pré-gravada e com apenas uma hora de duração para anunciar seus escolhidos.
A falta de pompa mal foi sentida pela Netflix, que abocanhou boa parte das estatuetas – foi consagrada em quatro das oito categorias de televisão e três das cinco categorias cinematográficas. O maior destaque foi a coroação de “Os 7 de Chicago” como Melhor Elenco.
Ao passo que Chadwick Boseman marca a história do SAG ao ser o primeiro ator a receber um prêmio póstumo da associação, Viola Davis abre um pouco de vantagem na sua campanha pelo Oscar de Melhor Atriz, em disputa acirrada com Carrie Mulligan, Vanessa Kirby, Andra Day e Frances McDormand. Já no campo da televisão, a plataforma de streaming foi reconhecida pela excelência das atuações em “The Crown” (Melhor Elenco e Melhor Atriz para Gillian Anderson), “O Gambito da Rainha” (Melhor Atriz em Minissérie) e “Ozark” (Melhor Ator em Série Dramática).
Além do bom desempenho da Netflix, O SAG Awards foi marcado positivamente pela sua diversidade, visto que todos os atores das categorias principais de cinema não são brancos: além de Boseman e Davis, Daniel Kaluuya e Youn Yuh-Jung foram reconhecidos por seus trabalhos em “Judas e o Messias Negro” e “Minari”, respectivamente.
A este ponto, Kaluuya já é o favorito de sua categoria, enquanto Yuh-Jung, até então considerada uma “zebra” (apesar do excelente trabalho), vêm ganhando tração na cobertura da mídia americana, que serve como plataforma de promoção do filme. Ademais, seria uma oportunidade para contemplar “Minari”, que concorre a seis categorias no Oscar, mas tem poucas chances de levar outras estatuetas.
Caso essa previsão se configure, o Oscar será o mais diverso da sua história, que já se estende há 93 anos. A favor do argumento está o número comum de votantes entre este e o SAG, assim como a incorporação de inúmeros novos membros de outros países, que possuem um olhar menos conservador do que os antigos votantes da Academia. Contra, impõe-se a competição acirrada na categoria Melhor Atriz, com escolhas pulverizadas nas demais premiações e que, assim, oferecem um panorama incerto (e excitante) ao Oscar.
Confira abaixo a lista completa de vencedores do SAG Awards
CINEMA
Melhor Elenco: “Os 7 de Chicago”
Melhor Ator: Chadwick Boseman, por “A Voz Suprema do Blues”
Melhor Atriz: Viola Davis, por “A Voz Suprema do Blues”
Melhor Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya, por “Judas e o Messias Negro”
Melhor Atriz Coadjuvante: Youn Yuh-Jung, por “Minari”
Melhor Elenco de Dublês: “Mulher-Maravilha: 1984”
TELEVISÃO
Melhor Ator em Minissérie ou Filme Para TV: Mark Ruffalo, por “I Know This Much is True”
Melhor Atriz em Minissérie ou Filme Para TV: Anya Taylor-Joy, por “O Gambito da Rainha”
Melhor Ator em Série Dramática: Jason Bateman, por “Ozark”
Melhor Atriz em Série Dramática: Gillian Anderson, por “The Crown”
Melhor Ator em Série de Comédia: Jason Sudeikis, por “Ted Lasso”
Melhor Atriz em Série de Comédia: Catherine O’Hara, por “Schitt’s Creek”
Melhor Elenco de Série Dramática: “The Crown”
Melhor Elenco em Série de Comédia: “Schitt’s Creek”
Melhor Elenco de Dublês: “The Mandalorian”