Depois de criar uma franquia de sucesso com o filme de terror “Invocação do Mal”, que rendeu uma sequência e dois spin-offs – “Annabelle” e “The Nun”, em produção – a Warner Bros. enfrenta um processo na Justiça americana por conta dos direitos da obra. Os filmes baseiam-se nas experiências de Ed e Lorraine Warren, dois demonologistas que eram contratados para tratar casos de possessão e ela até serviu de consultora no processo de produção, uma forma de deixar a história o mais fidedigna possível.
O processo, alçado no montante absurdo de 900 milhões de dólares, tem o escritor Gerald Brittle como pleiteante, que clama ser o detentor dos direitos da história. Isso porque, em 1980, ele transcreveu os relatos do casal em um livro, “O Demonologista”. Brittle clama que na época os direitos autorais lhe foram cedidos por contrato e que este continua em vigor. Mais especificamente, afirma que o casal assinou uma cláusula de “não competitividade”, o que proibiria outras obras, mesmo em mídias diferentes.
O advogado de Brittle, Patrick C. Henry II descreve que “quando Lorraine Warren garantiu aos acusados o direito de usar os arquivos de casos dos Warren, nos quais os próprios admitem terem sido a base para os filmes, ela não poderia tê-lo feito porque havia garantido anos antes de forma contratual e exclusiva para o pleiteante”.
Sendo assim, clama que a Warner Bros. infligiu a lei ao pedir autorização somente a Lorraine Warren, além de não remunerar o escritor pelos frutos somados em bilheteria. O processo está em andamento na Corte Federal da Virginia e inclui, além do estúdio, a produtora New Line e até o diretor James Wan.
O advogado ainda afirma que mandou um documento de “cessar e desistir” na época de “Invocação do Mal 2”, que obrigaria a Warner a assumir os erros e abandonar a produção deste e outros filmes adjacentes, mas o estúdio questionou sua validade. Segundo eles, a obra se baseava em fatos históricos, não no livro “O Demonologista”.
Neste ponto, Henry chega a questionar a veracidade das informações: “Os relatos de Ed e Lorraine sobre o que aconteceu no caso da fazenda Perron, no qual os acusados abertamente admitem que o filme foi baseado, não estão de acordo com os fatos. Trata-se de um esquema que os Warren perpetuaram por anos… Não há fatos históricos que uma bruxa existiu na fazenda Perron, uma bruxa se enforcando, possessão, adoração satânica ou sacrifício infantil”. Sobre seu cliente, ele afirma que Brittle acreditava nos relatos na época do livro, mas hoje considera que foi enganado.
No processo, há acusações de quebra de copyright, conspiração de negócios, conversão e interferência tortuosa nos contratos. Brittle também pediu que fosse suspenso o seu pedido de dividir os direitos autorais do livro com Lorraine Warren, o que seria efetivado em 31 de outubro.
A Warner Bros. não comentou o assunto até o momento.
Fonte: THR