O Oscar pode ter passado, mas a polêmica o envolvendo não terminou. Depois do intenso debate acerca da falta de atores negros indicados para os prêmios principais, a Academia está sendo criticada por permitir o uso de estereótipos asiáticos nas piadas feitas durante a cerimônia.
Um grupo de 25 membros da Academia, incluindo nomes como o diretor Ang Lee, George Takei e Sandra Oh, enviou uma carta aberta condenando as esquetes “ignorantes e ofensivas” que aconteceram na 88ª edição do Oscar, apresentada pelo comediante Chris Rock.
Rock, que teceu críticas afiadas à falta de representatividade da indústria, aproveitou-se do estereótipo de que asiáticos possuem alta aptidão em matemática para apresentar as maletas contendo os envelopes dos ganhadores.
Mais agressiva foi a piada fálica envolvendo pessoas dessa etnia proferida por Sacha Baron Cohen em outro momento, quando apresentou um prêmio vestido como Ali G, um de seus personagens.
Por conta disso, uma carta foi enviada para a presidente da Academia Cheryl Boon Isaacs, o CEO Dawn Hudson e os produtores Reginald Hudlin e David Hill, pedindo “medidas concretas para impedir que esse preconceito ou racismo inconsciente aconteça em relação a qualquer outro grupo nas futuras transmissões do Oscar”.
Diante da intensa discussão acerca da falta de diversidade no cinema e adoção de medidas para ampliar a representação de etnias e gêneros numa indústria majoritariamente branca e machista, é de fato lamentável o uso de piadas rasteiras que reforçam estereótipos de raça na premiação mais famosa do mundo.