Em “Amor em Sampa”, acompanhamos a jornada de personagens bem diferentes que, juntos, compõem os “tipos” comumente encontrados em São Paulo. Diante da composição narrativa plural, foca na transformação dos sentimentos ruins pregados sobre a cidade em um movimento de amor à cidade.

A roteirista e idealizadora Bruna Lombardi, os diretores e atores Carlos Alberto Riccelli e Kim Riccelli e as atrizes Miá Mello, Mariana Lima, Bianca Müller e Michelle Mara sentaram com a imprensa para discutir o tema, processo de produção, movimentos urbanos e o lado bom de São Paulo.

Descrito por Riccelli como um musical não convencional e por Bruna como um “coral de gêneros”, o longa abriga vários núcleos distintos. Para a atriz Mariana Lima, que interpreta a estilista Tutti, a escolha mostrou-se acertada por ter a possibilidade de falar com muitas plateias. Para ela, “Amor em Sampa” “trabalha com uma possibilidade de um novo jeito de ser na cidade”.

Sobre o processo de produção, Bianca Müller destacou a peculiaridade da abordagem da família Riccelli: a cada ator foi oferecido um roteiro com apenas o seu núcleo. Assim, nenhum deles tinha ideia do que viria a ser o resultado final. “O elenco só se encontrou de fato nos ensaios mas ninguém sabia sobre a história do outro”, diz ela.

Tanto ela quanto Miá Mello expressaram a dificuldade inicial de cantar. Já Michelle Mara, única cantora profissional do elenco, afirmou: “eles extraíram de mim uma atriz que eu nem sabia que eu tinha”.

 

Sobre a escolha de incluir cenas musicais na trama, a roteirista afirmou ter acontecido naturalmente. Já Mariana Lima destacou a organicidade dessas cenas pois, para ela, “as músicas são parte do texto, feitas pras bocas dos personagens. Não cantamos do nada, faz parte da dramaturgia”. Sobre o assunto, Kim refletiu: “um musical acontece quando o personagem não consegue mais se expressar por palavras, apenas pela música“.

As canções foram compostas majoritariamente por Riccelli que disse ser um “compositor por necessidade”, pois, tratando-se de uma produção independente, não havia verba para contratar um profissional.

Carlos Alberto e Kim Riccelli

                                                                         Carlos Alberto e Kim Riccelli

Moradora de São Paulo, Bruna Lombardi afirmou que o projeto nasceu da vontade de fazer algo bom por aqueles que a cerca e provocar uma reflexão nas pessoas, “reacender uma compaixão pela cidade”. Para Riccelli, a intenção principal pautou-se em “retratar a cidade de uma forma positiva para que as pessoas saíssem mais felizes do cinema”, o que considerou um desafio. Sobre o assunto, Miá Mello acrescentou: “acho tão importante fazer um filme que fala bem de SP quando as pessoas parecem preferir focar no que há de ruim”. Lombardi, por sua vez, destacou que “é preciso trazer um novo olhar paras recuperar as gentilezas perdidas”.

 

elenco e equipe reunidos

                                                                      Elenco e equipe reunidos

 

Elenco e equipe ainda discutiram sobre o lado bom da metrópole. “São Paulo é uma cidade vibrante, excitante e acho que a coisa que mais me atrai e ser o fato de ela ser o fruto do nosso trabalho”, disse Bruna. Para Mariana Lima, paulistana que mora no Rio, São Paulo abriga “uma mistura muito particular, é muito emocionante e bonito de se ver”. Ela ainda complementa que a falta de belezas naturais faz essa “ser uma cidade cujo olhar não escapa, vai pra dentro, para o seu potencial humano”. Ainda debatendo sobre o tema, Miá Mello lembrou que, além de tudo citado, a cidade apresenta mais um ponto positivo: “não podemos esquecer que se come muito bem em São Paulo”.

Debatendo sobre os movimentos urbanos que tem tomado conta da capital paulista, sempre com propostas de uma melhor ocupação das suas ruas, Kim Riccelli, um dos diretores do longa, enfatizou que a beleza da cidade nasce do caos que ela provoca já que, para ele, “as próprias dificuldades estimulam as pessoas a serem melhores e criar esses movimentos de transformação”.

Ainda sobre o assunto, Bruna Lombardi destacou o estado de constante mudança da cidade e, consequentemente, a necessidade de se guiar esse movimento para um uso proveitoso, sendo esse o objetivo principal de “Amor em Sampa”. Michelle Mara, por sua vez, destaca que “o filme tem a possibilidade de fazer uma transformação na vida das pessoas”.

 

Confira a nossa crítica de “Amor em Sampa”, já em cartaz, clicando aqui.  

 

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