Com o passar dos anos, a mostra Um Certo Olhar foi ganhando importância no Festival de Cannes, passando a contemplar obras autorais dos mais diversos países. O Brasil, após ganhar no ano passado o prêmio do Júri por “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos”, acaba de ser contemplado, pela primeira vez, como melhor filme da principal competição paralela de Cannes. O longa “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, adaptado do romance de Martha Batalha, foi escolhido entre uma ampla seleção de longas. Ambientado nos anos 50, ele conta a jornada de duas irmãs que veem suas vidas tolhidas pelo machismo.
Ao agradecer, o diretor Karim Aïnouz dedicou o prêmio às mulheres e ressaltou a importância da cultura: “Antes de qualquer coisa, é importante que este prêmio possa incentivar o futuro do cinema brasileiro, a diversidade da nossa cultura para que tenhamos um Brasil melhor do que estamos vivendo agora. Queria dedicar especialmente para a minha amada Fernanda Montenegro, para todas as atrizes do filme e para todas as mulheres do mundo.”
O filme conta com grande elenco, composto por Carol Duarte, Júlia Stockler, Gregório Duvivier, Nikolas Antunes e Fernanda Montenegro (participação especial), e possui previsão de lançamento para novembro de 2019. Este é um dos três títulos apresentados no festival pelo produtor brasileiro Rodrigo Teixeira, fundador da RT Features. Também apresentado na mostra Um Certo Olhar, “Port Authority” foi elogiado por dar visibilidade à cena queer de Nova York, marcando a presença da primeira atriz trans negra no tapete de Cannes. Já o terror “The Lighthouse”, de Robert Eggers (“A Bruxa”) foi extremamente aplaudido após sessão, sendo indicado por alguns veículos internacionais de imprensa como o melhor filme da competição oficial.
