Nos meses subsequentes às inúmeras denúncias contra Harvey Weinstein, embasadas por acusações que explicitavam o sistemático acobertamento de suas ações por parte dos executivos da The Weinstein Company, tornou-se impossível para a empresa continuar suas operações. Antes bastião dos filmes independentes americanos, a produtora e distribuidora teve seu nome permanentemente machado, ao qual nenhum artista de respeito queria se filiar.
De fato, vários projetos foram engavetados e alguns diretores conseguiram comprar seus filmes de volta, um esforço para se desvincular dos irmãos Weinstein. A situação financeira da companhia se agravou a tal ponto que o inevitável pedido de falência foi anunciado há cinco meses.
Esta decisão, por sua vez, desencadeou o interesse da indústria pela compra dos seus atributos: ao longo de duas décadas, a TWC produziu um amplo catálogo de filmes de prestígio, incluindo todos os do Quentin Tarantino, “Shakespeare Apaixonado”, “O Discurso do Rei”, “O Lado Bom da Vida”, “O Vencedor”, “O Mestre”, entre outros.
Logo no começo, a Lantern Capital despontou como favorita para aquisição. Após meses de negociação e posterior aprovação do negócio na Corte americana, foi anunciada a compra da TWC pela empresa no valor de 289 milhões de dólares, montante inacessível aos antigos donos, Bob e Harvey Weinstein, que se desfiliaram da companhia meses antes.
Rebatizada de Lantern Entertainment, a empresa manterá a estrutura e grande parte dos funcionários (26 foram recentemente demitidos), mas deve passar por uma reestruturação organizacional. Ainda não foram detalhados os planos que a Lantern Capital possui para seu novo braço de entretenimento a longo prazo.
Enquanto isso, Harvey Weinstein responde criminalmente a acusações de assédio e estupro em casos sediados em Los Angeles, Nova York e Londres.
