Hollywood viveu momentos tensos com a possibilidade de uma nova greve de roteiristas, que impactaria diretamente produções em andamento e, consequentemente, acarretaria em um prejuízo expressivo. Calcula-se, por exemplo, que a última greve – ocorrida entre 2007 e 2008 – provocou perdas na casa dos 2.5 bilhões de dólares em um período de apenas 100 dias.

 

Por isso, é compreensível que os estúdios, sob forma da Alliance of Motion Pictures and Television Producers (AMPTP), tenha levado as negociações até os últimos minutos. O contrato entre eles e a WGA (Associação de Roteiristas) acabou no dia 01 de maio e, até a noite, um novo acordo foi esboçado para melhor atender as demandas dos roteiristas.

Estas resumiam-se em três frentes. Com a diminuição de episódios das séries de televisão por temporada, os responsáveis pelos roteiros diziam ter seus salários puxados para baixo ao passo que trabalhavam mais semanas em produção. Neste sentido, “Westworld”, da HBO, foi usada como exemplo, já que teve somente 10 episódios e demorou 18 meses para ser concluída.

 

A segunda frente referia-se a um prometido corte nos planos de saúde do Sindicato, com a proposta de que os trabalhadores se encarregassem de cobrir o rombo estimado. Por último, existiam as reclamações sobre os ganhos irrisórios vindos de resíduos de direitos autorais em serviços via streaming.

Depois de uma votação histórica em que 96,3% dos sindicalistas deram permissão para a WGA entrar em greve, a negociação entre as partes ficou bem mais tensa, estendendo-se pelas últimas horas de contrato a fim de evitar uma greve a partir de hoje, dia 02 de maio.

 

A portas fechadas, representantes das duas partes chegaram ao seguinte acordo, válido por 03 anos: os roteiristas serão pagos um montante equivalente a 2.4 semanas de trabalho por episódio, aumento expressivo quando levado em conta anualmente; haverá um aumento de U$ 60 mi para U$ 90 mi nos pagamentos dos planos de saúde, iniciativa que não termina definitivamente com o rombo nas contas, mas fornece maior proteção aos empregados e, por último, aumento de 15% em ganhos por direitos autorais em plataformas online.

Ao total, estima-se um aumento de suporte por parte da AMPTP de 130 milhões de dólares por ano, ao passo que deverá economizar 500 milhões em prejuízos calculados por semana aos cofres dos estúdios.

Além da importância de uma crise de produção que foi evitada, o novo acordo tem outro impacto positivo, já que historicamente influencia as negociações da renovação do contrato do sindicato de atores, o SAG-AFTRA, que devem começar no dia 30 de junho.

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