Quando, em 14 de dezembro, a Disney oficializou a compra de parte dos ativos da Fox, a sua disputa com a Comcast parecia ter chegado ao fim. Com uma oferta de U$ 52.4 bilhões em ações, ela incorporaria os estúdios e a ampla cartela de produções televisivas e cinematográficas – incluindo a FX, os 30% de ações da Hulu e a Fox Searchlight.
Porém, o anúncio em 12 de junho da aprovação da fusão entre a AT&T e a Time Warner abriu novas possibilidades de negociações. Coube ao juiz federal Richard Leon julgar se este movimento de mercado (que envolvia U$ 85.4 bilhões) configuraria uma diminuição expressiva da concorrência, o que classificaria a ação como formação de cartel. Seu veredito foi a favor da transação, implicando não haver evidências de danos à indústria.
Esta decisão judicial, por sua vez, animou a Comcast a realizar uma nova oferta à Fox, dessa vez no valor de U$ 65 bilhões, montante 19% superior ao da Disney, que ainda conta com a vantagem de ser em dinheiro vivo. Por obrigação fiduciária, a empresa de Rupert Murdoch anunciou que levaria essa nova proposta em consideração, mesmo já tendo expressado no final do ano anterior que aceitaria a oferta da Disney. A jogada também foi observada por analistas como uma espera por uma nova oferta da empresa, que seria a preferida dos funcionários da Fox, segundo a Variety. A conversa do site com membros de cargos executivos revelou que nesta transação haveria maior disposição de empregos por conta da diversidade de conteúdos e plataformas.
[UPDATE: 20/06/18]
A Disney anunciou uma nova proposta de compra, dessa vez no valor de U$ 85.1 bilhões, sendo 50% em ações e 50% em dinheiro vivo. De acordo com rumores em sites especializados, a Fox teria aceitado essa oferta e se comprometido formalmente a não debater a possibilidade de divisão dos ativos com a Comcast. Para que seja efetivado, o acordo deverá passar por um julgamento federal, que determinará sua validade.