O ano tem sido tenso para a MPAA (Alliance of Motion Pictures and Television Producers), que representa os estúdios hollywoodianos, não só por perdas expressivas em bilheteria de alguns filmes de grande orçamento, como pelo embate sucessivo com os sindicatos da indústria.
Os meses de março e abril foram pautados por diversas reuniões com o Sindicato de roteiristas (WGA), que se recusava a renovar contrato até que os seus termos fossem revistos. Com a ameaça de uma greve que pararia produções tanto cinematográficas quanto televisivas, a MPAA cedeu e concedeu vantagens significativas para o WGA.
Com a repercussão, surgiu a especulação que o próximo sindicato a firmar acordo, o dos atores (SAG-AFTRA) usaria dos mesmos métodos para conseguir um contrato melhor do que o atual. Dito e certo: inúmeras reuniões seucederam-se no período de um mês e Hollywood se viu mais uma vez na iminência de uma greve.
Eis que as duas partes chegaram a um acordo e renovaram a parceria por mais três anos. Este melhora as condições dos atores em várias frentes: os resíduos de direitos autorais por exibição em plataformas VOD, como a Netflix, serão liberados após 90 dias a contar da disponibilização do conteúdo (o período anterior era de um ano); aumentos de 0.5% nas contribuições para o fundo de aposentadoria do sindicato e diminuição do tempo previsto por contrato em que um ator não pode realizar qualquer projeto depois do término de uma série de TV.
Além disso, o SAG-AFTRA garantiu um aumento de 256 milhões de dólares no valor do salário mínimo por projeto, sendo este dissolvido em aumentos exponenciais ao longo de três anos.
