A Palma de Ouro só será anunciada domingo, mas o Festival de Cannes já começou a apontar seus favoritos em competições menores. Dentre as premiações, dois filmes brasileiros receberam foram honrados pela realização.
“Diamantino”, co-produção entre Brasil, França e Portugal, foi o grande vencedor do Grande Prêmio da Semana de Crítica. A trama retrata de forma bem-humorada assuntos atuais, como o culto às celebridades, a crise de refugiados e a ascensão da extrema-direita. A história é contada através do olhar de Diamantino, um jogador de futebol que, após sofre decepções profissionais, decide buscar outros significados para sua vida e acaba recorrendo a adoção de um jovem refugiado.
Sobre o prêmio, o produtor brasileiro Daniel van Hoogstraten declarou: “É inacreditável, emocionante! Estou extremamente feliz e honrado com o Grande Prêmio da Crítica de Cannes. O reconhecimento é a recompensa ao trabalho árduo, complexo, e à ousadia de um filme que derruba barreiras e paradigmas. O primeiro trabalho internacional da Syndrome não majoritariamente brasileiro, mas que conseguimos realizar com apoio da ANCINE e do FSA. Ao longo de seis anos, foram muitas idas e vindas, conversas, novas versões do roteiro, e a prova de que estamos no caminho certo não poderia ser melhor”.
Já a Mostra Um Certo Olhar (Un Certain Regard) consagrou o longa “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos”, dirigido pela brasileira Renée Nader e o português João Salaviza. A obra ganhou o grande prêmio do Júri dessa competição, encabeçado pelo ator Benicio Del Toro. O prêmio máximo, por sua vez, foi concedido à “Borders”, de Ali Abbasi.
O documentário retrata a vida dos indígenas da tribo Krahô, que depõem em câmera falando seu próprio idioma. A première de “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos” foi marcada pelo protesto da equipe que, com cartazes, exigiu o fim do genocídio indígena e a demarcação de aldeias pelo governo brasileiro.