John Lasseter é tido como um dos grandes inovadores da animação americana: co-fundador da Pixar, foi responsável por projetos como “Toy Story” e “Carros”. Ao tornar-se chefe de conteúdo da empresa, passou a controlar todas as produções – direta ou indiretamente – de modo que sua visão criativa e lúdica tornou-se uma marca da empresa. Esta estendeu-se com a fusão com a Walt Disney Company, de onde também assumiu o mesmo cargo, colaborando a tornar filmes como “Frozen” em sucessos absolutos.
Sua reputação, no entanto, foi manchada após a publicação de um artigo do The Hollywood Reporter em novembro, onde diversos membros da sua equipe o acusavam de comportamento inapropriado, que iam de comentários sexuais a tentativas forçadas de beijos e toques indesejados, algo que piorava nas festas da firma (revelando um certo fraco dele por álcool) e, assim, transformou a empresa em um ambiente tóxico para se trabalhar.
A repercussão das acusações levou à Disney a afastá-lo pelo período determinado de seis meses, o qual ele usaria para “refletir sobre seus atos”. Durante esse tempo, Lasseter se ausentou de eventos públicos, como o Oscar (onde “Viva: A Vida é Uma Festa” foi consagrado e ganhou duas estatuetas) e exibições especiais do esperado “Os Incríveis 2”. Agora, oito meses depois, o estúdio de animação anunciou a cessão completa da colaboração com Lasseter, marcada para dezembro deste ano.
O processo será gradual: até lá, ele servirá como consultor de projetos pendentes, mas não atuará ativamente em nenhum deles. A Disney isentou-se de tecer maiores comentários sobre o assunto, ao passo que o diretor de animação fez um breve comunicado anunciado que irá buscar “novos desafios criativos”.
