Dizem nos bastidores que a ABC, emissora detentora do direito de exibição do Oscar, foi a mente por trás das alterações na estrutura da premiação, visando aumentar a audiência, que cai um pouco mais a cada ano. No entanto, as estratégias de remodelamento adotadas pela Academia de Artes e Ciências não agradaram nem um pouco a maior parte da imprensa e dos cinéfilos, que questionavam que elas não se adequavam a natureza da premiação.
A Academia prometeu oferecer mais detalhes sobre quais prêmios serão entregues nos intervalos comerciais, longe dos olhos dos espectadores, e quais seriam os critérios para que um filme possa concorrer na categoria “Melhor Filme Popular”. Eis que, um mês depois, veio o anúncio de que a última medida – e mais polêmica – foi engavetada. Eles afirmaram, em comunicado oficial, que ela será incluída em um futuro próximo (sem especificar um prazo), mas que decidiram ouvir a repercussão negativa para estudar a forma mais adequada de fazê-lo.
Isso certamente será difícil, já que a medida ofendeu membros do conselho da própria Academia e demais profissionais da área, que temem o sacrifício da aura de prestígio e propósito do Oscar. Outros já clamam que essa “distinção” relegaria filmes de qualidade narrativa e técnica excelentes, como “Titanic”, “Mad Max: A Estrada da Fúria” e “Pantera Negra” a uma espécie de prêmio de consolação, como se não fossem fortes o suficiente para concorrer na categoria principal.
Em nome da Academia, a CEO Dawn Hudson disse que o maior empecilho para a inclusão de “Melhor Filme Popular” é o tempo, já que os parâmetros de classificação não seriam definidos a tempo do início da votação, em dezembro.
