O Emmy Awards do último domingo, dia 17 de setembro, foi considerado histórico por muitos dos analistas. Lena Waithe tornou-se a primeira mulher negra a ganhar o prêmio de Melhor Roteiro de Comédia pelo episódio “Thanksgiving” na série “Master of None”, onde sua personagem revela a sexualidade para sua família ao longo de uma década. Já Riz Ahmed foi o primeiro asiático (ele é britânico, com ascendência paquistanesa) a ganhar como Melhor Ator pelo seu retrato de Naz Khan na minissérie da HBO “The Night of”.
Donald Glover foi o primeiro homem afro-americano a ganhar o prêmio de direção pela série de comédia “Atlanta”. Sterling K. Brown também fez história ao ser escolhido o Melhor Ator de Drama por “This is Us”, já que a última vez que um homem negro foi agraciado nessa categoria foi em 1998. Infelizmente, seu discurso foi bruscamente cortado, marcando a maior gafe da noite. Se por um lado tais vitórias denotam o falho e seletivo sistema de premiação do Emmy até o momento, também revelam um tom de mudança que deve permear em premiações futuras.
Outras categorias seguiram tendências mais previsíveis como, por exemplo, a escolha da ótima Julia Louis-Dreyfus pela sexta vez consecutiva por sua performance como Selina Meyer em “Veep”, da HBO, que também ganhou como Melhor Série de Comédia. No campo das minisséries, “Big Little Lies” – da mesma emissora – dominou os prêmios, tendo ganhado oito ao total, como Melhor Atriz Coadjuvante (Laura Dern), Melhor Ator (Alexander Skarsgård), Melhor Atriz (Nicole Kidman), Melhor Direção (Jean Marc-Vallé) e Melhor Minissérie ou Telefilme.
No entanto, a maior premiada da noite foi, sem dúvidas, a Hulu, que ganhou oito estatuetas pela produção de “The Handmaid’s Tale”. A série retrata um governo distópico onde mulheres têm suas liberdades cerceadas e são reduzidas a funções reprodutivas. A conquista tornou a plataforma de streaming a primeira a ganhar o principal prêmio da noite, derrotando a Netflix (que sempre concorre, mas nunca ganhou por “House of Cards”) e a Amazon.
Confira nossa crítica sem spoilers de “The Handmaid’s Tale” aqui.