O nome Errol Flynn evoca a era de ouro de Hollywood, quando atores eram estrelas e suas personas fílmicas povoavam o imaginário popular. Australiano, Flynn chegou a Hollywood em 1935 e logo atingiu o estrelato com “Capitão Blood”, consagrando-se como herói nas telonas.
Seus filmes posteriores, como “As Aventuras de Robin Hood”, utilizavam suas habilidades físicas em elaboradas cenas de ação (para a época), sempre envoltas em uma trama onde o objetivo final era resgatar uma donzela em perigo – em geral, vivida por Olivia de Havilland.
No entanto, sua imagem de galã escondia uma vida extremamente conturbada. Não só ele era conhecido nos bastidores pelo alcoolismo, como pelos casos extraconjugais. Em 1943, foi acusado de estupro de uma menina de 17 anos, Betty Hansen. O caso foi declinado pelo Grande Júri, mas provocou a reabertura de outra acusação similar, feita pela menor Peggy LaRue, de apenas 15 anos. Flynn foi inocentado em um julgamento onde a culpa do acontecido foi amplamente jogada na vítima. Ele não sofreu grandes percalços pelo incidente visto que sua aceitação pública, em especial pelas mulheres, era altíssima na época: nas décadas de trinta e quarenta, ele era o ator de filmes de aventura mais rentável em Hollywood.
“As Aventuras de Robin Hood”
Seu comportamento errático e o envolvimento com drogas mais pesadas levou-o ao declínio e o ator morreu aos 50 anos em 1959. Vinte anos mais tarde, um livro sobre sua vida o acusava de ter sido um espião nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, porém, provou-se que não havia fatos que comprovassem a acusação, sendo esta apenas baseada na sua amizade com Herman Urban, médico que de fato tinha envolvimento com o Nazismo.
Toda essa polêmica oferece vasto material para um filme sobre sua vida. A produção australiana em desenvolvimento, no entanto, usa apenas seu apelo de herói como base. A obra em questão, intitulada “In Like Flynn”, é produzida pelo seu neto, Luke Flynn e contará a história de um jovem Errol Flynn, cujo magnetismo inspira um grupo de amigos a embarcar em uma aventura em busca de ouro na Nova Guiné.
Ele também é responsável pelo roteiro, escrito em colaboração com Corey Large, Steve Albert e Alexander Djamirze. A direção fica por conta de Russell Mulcahy, que possui no currículo filmes como “Highlander” e “Resident Evil”. Ainda não há previsão de lançamento deste longa em solo brasileiro.
Infelizmente, também não há outro projeto em desenvolvimento que explore as contradições entre a persona pública de Errol Flynn e sua conturbada vida privada. Uma pena.
