Em 2107, artigos bombásticos no The New York Times e no The New Yorker expuseram um dos chamados “mais conhecidos segredos de Hollywood”: o caráter predatório de Harvey Weinstein, grande produtor de filmes, que assediou e estuprou diversas mulheres ao longo de mais de três décadas. A coragem dessas pessoas em relatarem os abusos sofridos impulsionou um efeito cascata em Hollywood, com denúncias sobre outros figurões, como Louis C.K., Dustin Hoffman e Kevin Spacey, surgindo. O clamor popular por consequências deixou claro que este movimento era o indicativo da mudança.

 

O anúncio do grupo “Time’s Up” vem exatamente confirmar esta tendência. A organização sem líderes, composta por 300 mulheres de Hollywood, tem como objetivo combater o assédio sexual, ajudar as vítimas (através de aconselhamento judicial) e reiterar a luta por igualdade no ambiente de trabalho.

 

A multiplicidade de objetivos foi definida ao longo de reuniões semanais, que ocorrem desde outubro do ano passado em Los Angeles, posteriormente espalhadas para Nova York e Londres. Dentre as participantes, estão agentes, produtoras, executivas, advogadas escritoras e atrizes de grande calibre, reunidas para debater o que efetivamente pode ser proposto para mudar o ambiente de trabalho, garantindo maior proteção às mulheres. Das discussões, nasceram grupos focais que tem objetivos variados: garantir o respeito e inclusão de minorias, como grupos LGBTs; assegurar a igualdade salarial até 2020 e até a criação de uma comissão que investigará os mecanismos do assédio na indústria do entretenimento.

 

O objetivo do Time’s Up, que conta com nomes como Kathleen Kennedy (presidente da Lucas Filmes), Shonda Rhimes, Reese Witherspoon e Donna Langley (executiva da Paramount Pictures), é estender o auxílio a mulheres em todas as áreas de trabalho. Por isso, são disponibilizadas informações no site oficial do grupo sobre grupos de ajuda as vítimas, canais de denúncia, além da consultoria legal gratuita, assegurada por advogadas especializadas. Os custos judiciais serão supridos por doações que podem ser realizadas através do próprio site. No dia de seu anúncio, este já contava com um saldo de 13 milhões de dólares.

 

O esforço da iniciativa coletiva é um passo importante na luta pelo respeito e igualdade das mulheres não só em Hollywood, como em todas as outras áreas. O lançamento do “Time’s Up” ainda coincide com o balanço da bilheteria de 2017, que apontou três filmes liderados por personagens femininos (“Star Wars: Os Últimos Jedi”, “A Bela e a Fera” e “Mulher-Maravilha”) como os melhores desempenhos do ano nos cinemas, reiterando a importância das mulheres no funcionamento da indústria de entretenimento.

 

Para mais informações, acesse o site da Time’s Up.

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